sexta-feira, outubro 28, 2005

When science meets art


Esta imagem é o resultado da colaboração entre mim e o Ricardo Aguilar (um amigo designer gráfico). A larva de peixe na imagem é uma fotografia que eu tirei a após uma experiência para visualizar a expressão in situ de uma proteina muscular durante o desenvolvimento da tilápia mosambicana. O Ricardo de seguida trabalhou a imagem no Photoshop resultando nesta imagem final.
Espero que apreciem!

quarta-feira, outubro 26, 2005

sexta-feira, outubro 07, 2005

Triste frase desta semana

Pescador na lota de Sesimbra:

"Ontem tivemos de deitar ao mar 6 toneladas de peixe que não foi vendido e não podemos sequer dar a quem estava a pedir no cais com fome"

segunda-feira, outubro 03, 2005

Já tou a levar com o choque tecnológico do Socrates!

Como alguns dos meus leitores sabem eu sou bolseiro da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). E para meu espanto, e desespero, hoje estamos a dia 3 de Outubro e ainda não me tinham pago a bolsa deste mês! Telefono para a FCT, e após ter estado 30 minutos sem que ninguém me atendesse o telefone, e sou atendido por uma funcionária do serviço de recursos humanos (departamento que gere as bolsas). Então não é que me dizem que não foram ainda pagos as bolsas de doutoramento deste mês porque não havia dinheiro alocado, pelo Ministério do Ensino Superior e Investigação Ciêntifica para a FCT, para as bolsas deste mês!
Ora aí está o choque tecnológico a começar a sentir-se. Primeiro começam a tirar aos mais indefesos (bolseiros) e a seguir irá ser os poucos institutos ciêntificos portugueses a sofrer. Mas há mais deste choque tecnológico. Eu sou aluno em Cardiff no Reino Unido e como é obvio o valor das propinas vem em libras. Acontece que a FCT dá-me o dinheiro das propinas em euros e a um câmbio vantagoso para a FCT. Acontece que quando eu fui pagar as propinas no banco, e devido ao câmbio, tive de pagar do meu ordenado 150€ a mais que o valor da propina dada pela FCT, para além das taxas de transferência que ascendem a 30€. Telefono para a FCT e a funcionária diz-me que a FCT não paga directamente ás universidades estrangeiras para não pagar as taxas de transferência e que nos casos em que a propina por causa das mudanças de câmbio se torna lesiva para o bolseiro não paga a diferença! Ora bem isto é atacar os bolseiros que são agentes mais activos na investigação em Portugal. Vão lá ver se são os chefes que mandam nos laboratórios que estão lá a mexer nos tubos?! Não são! Têm a sua função de extrema importância a gerar novas ideias e projectos mas simplesmente não têm tempo para estar a produzir dados. E é aí que os bolseiros ganham máxima importância. Somos nós (e aqui também me incluo) que geramos os dados e corremos as experiências! Não é a dar esses tachos de ordenados a estagiários em empresas no estrangeiro pagas pelo governo portugues que apenas contribuem para a empresa e em que depois o mais certo acontecer é: ou o trabalhar é bom e fica na empresa; ou o trabalhador não corresponde ás expectativas da empresa e quando o subsideo acabar mandam-no embora e chamam outro! Em qualquer dos casos os portugueses nunca ganham nada!

Este governo tem de perceber que para uma gestão ciêntifica moderna e que é capaz de responder á sociedade tem de se apoiar em universidades orientadas para: 1º a investigação e excelência ciêntifica, exigindo aos professores cotas de publicações ou o despedimento; e 2º só depois se preocupar com o ensino, com professores altamente motivados e envolvidos na ciência que são capazes de gerar alunos de elevada qualidade e empreendedorismo. È este o segredo dos EUA quando se fala de ciência e tecnológia! Só assim se pode ter os alunos a ir de encontro ás universidades e não as universidades a chamar os alunos para depois serem financiados ao estilo do número de cabeças de gado. Isto é que é um choque tecnológico. É este tipo de estratégia nas universidades que permite não só o aparecimento de empresas tecnológicas e investimento estrangeiro nas universidades e em industrias de alta tecnologia empregando uma mão de obra altamente especializada que produz itens de elevado valor acrescentado. Esta é a única via de Portugal não se tornar um país de terceiro mundo que apenas aposta no baixo rendimento dos trabalhadores para atrair investimento!
Mas este governo nem é capaz de sequer baixar o IVA sobre os produtos para investigação que é uma medida simples de efectuar e pôr no tereno e que por exemplo no Reino Unido existe e tem uma taxa mínima de 5% e para a investigação em biomedicina não existe!

Choque é o que o Socrates quer nos dar! E o tecnológico é apenas o método dissimulado que estão a usar para nos continuarem a enganar!