domingo, outubro 24, 2004

Não há nada mais simples...

O financiamento do ensino superior só se resolve quando:

1. Os alunos forem obrigados a fazer pelo menos 80% das disciplinas por ano, sujeitando-se á expulsão da universidade (como já acontece nos cadetes da marinha e na escola de oficiais da força aérea e exercito). Eu nao estou contra os estudantes, mas temos de assumir que para um país com pouca capacidade económica não podemos ter alunos a passar férias na universidade como temos hoje a consumir recursos (materiais e humanos) e, é preciso assumir, a destabilizar o aproveitamento que alunos mais determinados em ultrapassar essa fase das suas vidas possam ter. Assim ia-mos seleccionar aqueles que realmente tem o espirito (não é só preciso ter inteligência) pa apreender mais conhecimentos e acima de tudo mais capacidade para se aperceberem das responsabilidades acrescidas quando intervêm na sociedade. Formar-se-ia menos alunos e as universidades teriam menos alunos mas aqueles que lá estavam teriam melhores condições e sairiam mais preparados. A universidade não pode ser apenas um sítio em que as cervejeiras encontram consumidores!!!
2. Os professores universitários (principalmente nas áreas das ciências da vida e investigação em ciência em geral) devem ser auditados cientificamente todos os 2 anos. Quem não publicar em revistas internacionais com juri pelo menos 4 vezes nesses 2 anos tem mais 2 anos para compensar. Caso estas condições não sejam satisfeitas é afastado da instituição.
E reparem o que estou aqui a dizer não é nada de transcendental. É assim que nos EUA, Escandinávea e Reino Unido as coisas funcionam e é por isso que eles estão á frente e são mais competitivos. Esta medida é fundamental para fazer com que os professores sejam mais dinamizadores do que são hoje em dia e criar mais oportunidades aos alunos para ter contacto com pessoas interventivas e que os fascinem. Que isso também é fundamental para um bom aproveitamento universitário.

Com estas duas regras em Portugal podia-se, em pouco tempo, racionalisar a universidade publica apostando na qualidade e rigor e acima de tudo. Esta podia também ser a caminhada para uma universidade publica inteiramente grátis, mas só para quem mostra potencial. O que funciona tanto para os professores como para os alunos. Um dos maiores problemas da universidade publica em Portugal é este mesmo: maus alunos e maus professores. Já estou farto de conhecer gente que tira cursos superiores e depois acaba atrás de balcoes em cafés ou lojas de roupa e professores universitários que só sabem ler os acetatos de á 10 anos atrás!

3 comentários:

Anónimo disse...

dále gás maninho! tenho tado atento às tuas criticas e embora nao esteja tao atento a uma grande maioria da actualidade portuguesa (por falta de interesse,confesso) estou inteiramente de acordo nesta matéria meu puto.a educaçao em Portugal embora de qualidade está a necessitar de uma boa reforma à mto tempo. para além de ser extremamente teórica (na maior parte dos cursos) nao está minimamente articulada à nossa realidade profissional daí o caso do "Jakim" k tirou direito e trabalha no café e da "Jakina" na loja da roupa. na grande parte dos cursos a carga horária ronda as 30 horas semanais de ensino estilo academico: vai de books e acetatos e muito pouca prática aliada à nossa realidade daí que a maior parte dos jovens depois de acabar cursos e começar a trabalhar nao aplique muito daquilo que lhes deu grandes dores de cabeça na universidade. o programa da maior parte dos cursos deveria ser revisto e baseado somente no estritamente necessário. é assim que nao se sobrecarregam estudantes com matérias desnecessárias e por vezes chatas. quem quer aprender mais sobre o "assunto" que parta à pesquisa e vá por si próprio. é desta forma que se criam "talentos" em pouco tempo. em Inglaterra onde me encontro a estudar de momento, tenho apenas 15h de aulas por semana onde os professores transmitem as materias necessarias, ao desempenho eficaz de determinadas tarefas existentes no mercado de trabalho na area em que me encontro a estudar. se entender por mim proprio que devo aprender mais alguma coisa para além daquilo que me foi transmitido, tenho de pesquisar uma vez que os professores normalmente nao ensinam (ou por vezes nem sabem) aquilo que nao é requerido aos alunos saberem. obviamente que se entregar um trabalho com mais qualidade que o meu colega, obtenho uma nota superior. neste país é possível tirar um curso e um mestrado em apenas 4/5 anos e desta forma formar recursos humanos altamente especializados, uma vez que nao se perde tempo com matérias acessórias. por outro lado, concordo que há certos assuntos (os tais k mtas vezes nao sao tao importantes) transmitidos que me fazem ver que os alunos portugueses saiem com melhor preparaçao da universidade que grande parte dos alunos que estudam neste país, mas a verdade é que isso nao é assim tao importante quando nao se recorrem a esses conhecimentos com grande frequencia (e mtas vezes caiem no esquecimento).

A meu ver, algumas das vantagens deste sistema sao as seguintes:
- a matéria dada na escola é imperativa no desempenho de uma profissao;
- a reduzida carga horária em relaçao a Portugal, nao sobrecarrega os estudantes trazendo consequências positivas ao nivel de aproveitamento escolar uma vez que têm mais que tempo suficiente pa assimilar os conhecimentos transmitidos;
-tb têm tempo pa partir à descoberta de novos conhecimentos a complementar os adquiridos;
-ensina verdadeiramente os alunos a pesquisar e a dirigirem a sua procura naaquilo que lhes interessa pessoalmente saber acerca de determinados assuntos.
-e por fim, nao leva a que um aluno acabe um curso de 4/5 anos completamente "farto" de estudar e assimilar matéria levando a que este se afaste do mundo da aprendizagem, neste caso da formação profissional pós-universitária.

Bem, queria só escrever 10 linhas e acabei nisto! enfim, resta-me so referir que estudei e tirei um curso de 4 anos em Portugal e trabalhei posteriormente 2 anos na mesma área. o "sentimento" com que acabei o meu curso foi o de nao querer olhar mais pa livros tao cedo uma vez que estudar era = a seca. a grande maioria das pessoas nao vê a formaçao profissional como um investimento e aquisição de novos conhecimentos porque mais uma vez, é seca! a realidade portuguesa funciona desta forma, eu geria projectos de formação profissional co-financiados em milhares de contos pelo FSE para empresas do estado no ramo da saúde, empresas essas em que os trabalhadores nao iam à formaçao mas formalizavam (ilegalmente) toda a burocracia para garantirem o recebimento das verbas.

Esta é a realidade do nosso Estado que supostamente deveria dar o exemplo....no comments!

NeuroGlider disse...

Assim já gosto mais. Comentários é mesmo isso que é preciso.
Mas puto eu acho que o problema é que em Portugal em relação aqui, ao Reino Unido (RU; onde me encontro tb), certas areas os alunos são mal formados, especialmente em areas cientificas. Mesmo hoje, estou agora a orientar, um aluno finalista britanico nao me sabia fazer um calculo básico!

Anónimo disse...

Não à mediocridade!!! Queremos mais!!! Acabem com os tachos nas instituições publicas.

SADAM